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Querido diário: plantas e outras coisas leves

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Este mês colega de trabalho postou uma foto de viagem no instagram dela.
Eu comentei.
Ela me respondeu.
Percebi que meu comentário saiu duplicado.
Deleto um dos comentários.
Descubro que deletei o que estava com sua resposta dela =_='

Fiz besteira,

Vida segue.

(Conto essa história no dia seguinte para a colega, e ela refaz a resposta apagada ?)

Caderninho aí do lado, mantendo a tradição destes posts, é meu quarto diário, irmão gêmeo do anterior. Este foi de 05/07 à 15/08/1989 (sim, sou uma pessoa antiga & de hábitos estranhos) (e que sempre se perde para encontrar o “&” no teclado)

Amiga comemorou níver na Liberdade e fui, claro. A festa foi legal, namorada quase se esborrachou no patins algumas vezes e eu babando de sono em um cantinho.
Mas, antes de chegar lá, surgiu um vendedor de plantas carnívoras no meio do trajeto e não resisti: trouxe um dos vasinhos de penetra para a festa, depois transportamos as boquinhas novas para casa:

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Como a bicha planta ficou um tempo na mesa da cozinha, enquanto a gente jantava, batizei ela de Salada.

Sim, essa sou eu, traumatizando um perigoso vegetal...

Aí estes dias apareceram traças na cozinha e reclamei com a Salada dizendo que ela não está fazendo o trabalho que tinha de fazer. Fica de boca aberta o dia inteiro, mas não pegou uma das devoradoras de livros - um perigo para quem pôs uma estante de ponta a ponta do corredor.

Comentei isso com algumas pessoas, expliquei quem era Salada, que os insetos talvez tenham vindo com o feno e a alfafa que nos entregaram uns dias antes.
- Mas... por que vocês estão comprando comida para cavalos em plena cidade grande?
Expliquei: feno pro coelho, alfafa para quatro chinchilas. Juntando dois gatos, a planta carnívora e um casal, o que não falta nessa casa são bocas para alimentar.

Tive outra plantinha dessas entre 2012 e 2013, presente de minha irmã, mas que infelizmente viveu pouco: dioneias são plantas difíceis de se cuidar e, como escrevi na época, mal sei fazer sobreviver pé de feijão.
Assim, estou curtindo a Salada e cuidando para ela viver (bem) mais que os três meses comigo que a anterior, que por sinal foi bem querida e estrela diversas vezes de comentários bestas no meu twitter:

• “Momento uma câmera, uma formiga no chão, uma planta carnívora e aquela vontade de brincar de natgeo” (11dez12)

• “Caro mosquitinho, a planta carnívora está para lá. Vá bater um papo com ela e não me encha” (12dez12)

Ter uma planta carnívora é acordar e ver que tem mais 5 bocas para alimentar (19dez12)

Será que se der café para a planta carnívora ela se anima a pegar mais bichos? (31dez12)

Vexaminoso é ter teia de aranha na planta carnívora (5jan13)

• “'e tua planta carnivora' 'anda meio doentinha, vou ver isso' 'leva ela pro veterinário :P' 'qual costuma ir quando voce fica doente?' '¬¬'” (31jan13)

Nas férias, saudades delas, deitei com uma sinusite e dormi com ela.
Naquela noite, tive aquele tipo de sonho que chamo de “trabalho infinito”, em que faço uma atividade trocentas vezes repetidas, aquela noite o tema era uma variação do meu serviço na firma.
Acordei: “TÔ DE FÉRIAS!” e voltei a dormir.
(namorada fala que faltou o “CARALHO!)

De qualquer forma, a dor de cabeça continuou comigo, mas o inferno saiu da minha cabeça e voltou pro lugar dele: o sonho sumiu.

Quando trouxe Raji para casa (preciso contar essa história), trouxe com o gato um vaso da casa de minha mãe com grama - já que gatos comem às vezes para ajudar na digestão. Só que logo a planta morreu e o vaso seco ficou uma temporada sem nada verde em cima de uma gaiola velha.

Meses depois, encontrei no mercado umas mini-mixiricas gostosas, uruguaias, aprovadas por mim, namorada e meus pais. Namorada, inclusive, ficou intrigada por não terem sementes e, com algum esforço e algumas caixas de fruta consumidas, consegui separar um punhado de sementinhas.
Na falta de lugar melhor, joguei naquele vaso, reguei e alea iacta est.

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Aí, no meio de tantas, umas das sementes começou a brotar e junto dela, um mato estranho que deixamos crescer. Depois que estava bem grande, namorada tirou uma foto e pôs no google para ser identificado: tomate.
Intrigada com a resposta, mostrou a foto para a mãe dela: tomate!
Mostramos para a minha: tomate!!

E viramos mamães de um tomateiro não-planejado (ou, como namorada diz, é um tomate alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado), que já nos deu algumas colheitas de tomatinhos (pequenos, de sabor forte) e muitas, mas muitas conversas.

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Porque, ter bichos e plantas geram conversas entre as pessoas, fazem bem danado.^^
E o inesperado, às vezes ele nos dá uns frutos gostosos :)

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Além de tomar todo um canto da sala - estamos no nono andar! -, proteger duas mexeriqueirinhas (outra semente brotou! Elas crescem bem devagar, viu?), a planta foi capa da décima edição de nosso fanzine, o Sine Qua Non e fonte de muita vergonha alheia da parte de nossos amigos por falarmos tanto dela com tanta felicidade XD

Parece que tomateiros não duram muito, os sites que consultei falam de 90 até 120 dias e o nosso já passou disso. Essa semana achei que nosso tomateiro surpresa seria a nossa árvore de natal perfeita:

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...com direito à um presepiozinho comprado no Peru.

Enfim, acredito se você não sabe viver curtindo as pequenas coisas da vida, você não está vivendo direito.

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A fruta que plantamos tem um monte de nomes (o meu Houaiss não registra “mixirica”, mas to nem aí com a ortografia e com os lexicógrafos):

mas acho curioso a origem do nome “mexerica”:

Faz todo sentido, né?

Discussão

mushi san, 2023/12/23 19:56

faltou comentar que muito provavelmente a semente do tomateiro estava no vaso desde bem antes, só esperando ter condições para germinar^^

Miguel, 2023/12/23 20:01

Legal que a planta carnívora parece meio sorridente, então fico imaginando que ela achou fofo o nome salada xD

Insira seu comentário. Sintaxe wiki é permitida:
C S O H G
 
blog/querido_diario_plantas_e_outras_coisas_leves.txt · Última modificação: 2023/12/23 18:47 por mushisama